sábado, 26 de fevereiro de 2011

UMA CRUZ


Abro os braços olhando imensos céus,
Enquanto você me dá adeus e à vida,
Do alto da ponte ao chão desta avenida
Refletindo a dor nos arranha-céus...

Leio as páginas longas – deprimidas –
De teu diário me tornando um réu;
Embora as linhas que você me escreveu
São-me valiosas e belas jazidas...

Enquanto eu me despeço de teu corpo,
Não sabendo quem seja o mais morto,
Eu ou você – e quem é o mais infeliz...

Uma cruz, que nos meus braços se encerra,
Atinge o céu da paixão que desterra
Teu coração que, um dia, não me quis...

Gigio Jr (Poemas da Meia Idade – 2003)

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