Olhava o quadro torto na parede...
Retratava as marés vencendo os barcos;
E os pescadores nus puxando as redes
Quase vazias dos cardumes parcos...
Uma angústia, intensa como a sede,
Rompeu entre torturas os meus marcos;
E, em vasta compulsão de quem se excede,
Ajeitei o quadro às leis de meus arcos...
Suspiro e alívio - lídima obra reta...
Cura aparente de minha agonia,
Ansiedade profunda que se aquieta...
Os bravios mares contra a calmaria,
As embarcações teimam novas pescas:
Minh’alma navegada por fobias...
Gigio Jr (Poemas da Meia Idade–2005)
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