O corpo da menina caído ao chão...
Estava hirto, sujo, roxeado e gélido.
A turba o rodeava com expectação,
Ansiosa pela presença de um médico...
Mas a manhã, de sol ameno - pouco angélico,
Com a vã morte dera tamanho encontrão;
E espalhara um adeus, adeus dum deus céptico,
Servo da inércia ativa em cada cidadão...
O corpo da menina, filha das misérias,
Acostumara-se com a falta de pão;
E a sua alma com o mundo da solidão...
Oh Vida! Que povo era aquele sem artérias,
Olhando a morta, que sem nome nesta vida,
Estava lá no chão, na sarjeta estendida?...
Gigio Jr (Poemas da Chuva–2005)
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