sábado, 25 de dezembro de 2010

OPACO


A cor do opaco verte luas mortas
e as avenidas teimam sob as vidas.
No lençol das marés de cada chuva
rompem os universos da miséria...

A foz do rio sangra tantas lágrimas:
cemitério de dor por onde passo.
Na curva de meus sonhos um regresso,
e o abismo do poema sem a mágica.

À luz do luar somos uma noite.
Esquecemos os cantos lá nas plagas,
no campo dos que são os passarinhos.

A tez de minha alma está manchada,
o rosto ri sem rimas p’ro futuro:
caminhos sem sinais de eternidade!

Gigio Jr (Versos Brancos–2008)

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